Frigoríficos ameaçam interromper fornecimento de carne ao Carrefour, diz jornal

Algumas das principais empresas do setor frigorífico deram início, na sexta-feira (22), a um processo de interrupção do fornecimento de seus produtos à rede de supermercados Carrefour e demais companhias do grupo, como o Atacadão. A informação é do jornal Valor Econômico, que ouviu fontes ligadas à indústria brasileira de carnes. 

Trata-se de uma retaliação ao boicote anunciado, na última quarta-feira (20), pelo CEO global do Carrefour, Alexandre Bompard, às carnes dos países que compõem o Mercosul

A decisão do CEO do grupo francês foi justificada como uma espécie de ato de solidariedade ao agronegócio do país europeu, que tem se posicionado contra o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. 

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De acordo com as fontes ouvidas pela reportagem do Valor, cerca de 30% das unidades do Carrefour no Brasil já vêm sofrendo, de alguma forma, com impactos no fornecimento de carne bovina. Também já haveria um movimento crescente entre os fornecedores de frango.

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“A população brasileira, para honrar o nosso país, deveria pensar em dar a eles o mesmo tratamento que estão dando ao nosso país”, disse Mauro Mendes (União Brasil) sobre o Carrefour

Em relação à carne suína, pelo menos até este momento, não há informações sobre interrupção na entrega. 

Em participação recente na Cúpula de Líderes do G20, no Rio de Janeiro (RJ), o presidente da França, Emmanuel Macron, reiterou a posição de seu governo contrária ao acordo Mercosul-UE. 

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Costurado desde o fim dos anos 1990, o acordo comercial entre os dois blocos teve sua primeira etapa concluída em 2019, ainda sob o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Desde então, os termos passaram à fase de revisão por parte dos países envolvidos, mas pouco se avançou até aqui.

Macron se opõe ao acordo com o Mercosul, principalmente, por questões políticas domésticas. O tratado é visto com ceticismo na França, pois há preocupação com riscos de enfraquecimento do setor agrícola no país. Ainda segundo o governo francês, caso o acordo se concretize nos termos atuais, empresas francesas que seguem leis ambientais mais duras em seu país terão de competir com companhias que não estão submetidas aos mesmos padrões.

Segundo Emmanuel Macron, um dos problemas do acordo entre Mercosul e UE é a falta de um compromisso mais claro relacionado à questão climática e à preservação da biodiversidade. 

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Procurado pelo Valor, o Carrefour informou que não há desabastecimento em suas lojas. A empresa disse ainda que tem “compromisso com os consumidores brasileiros”. 

Também procurados, JBS e Frigol não se manifestaram sobre o tema até o momento. Marfrig e Minerva, por sua vez, informaram que não comentariam o caso. 

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